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Bard: veja tudo que se sabe até agora sobre o ‘ChatGPT do Google’

Bard é o chatbot do Google baseado em inteligência artificial (IA) que chega para fazer frente ao ChatGPT. A novidade foi anunciada pela empresa na segunda-feira (6), após uma série de rumores, e ainda está em fase experimental. Segundo o Google, o Bard deve chegar aos usuários nas próximas semanas. O concorrente do ChatGPT usa a tecnologia LaMDA (sigla para “Modelo de linguagem para aplicações com diálogos”, em tradução literal), que é semelhante à série de modelos de linguagem GPT, e se destaca por ser capaz de obter informações atualizadas da Internet. O software da OpenAI, por outro lado, tem conhecimento limitado do mundo e eventos após 2021.

O lançamento do Bard é uma resposta da gigante de buscas ao sucesso do ChatGPT, que quebrou record ao atingir a marca de 100 milhões de usuários ativos apenas dois meses após seu lançamento, em novembro de 2022. Além disso, logo que o software da OpenAI foi lançado, o desenvolvedor Paul Buchheit, um dos criadores do Gmail, deu cerca de dois anos para que o mecanismo de pesquisa fosse liquidado pela IA. Agora, foi dada a largada da corrida entre os chatbots. Nas linhas a seguir, o TechTudo explica tudo o que se sabe até agora sobre o Google Bard, novo concorrente do ChatGPT.

Google lança Bard, chatbot com inteligência artificial para competir com o ChatGPT — Foto: Getty Images/Chesnot

Google lança Bard, chatbot com inteligência artificial para competir com o ChatGPT — Foto: Getty Images/Chesnot

1. Como o Bard vai funcionar?

O Bard é a nova aposta do Google para competir com o ChatGPT. A novidade da big tech foi anunciada na última segunda-feira (6) e é vista pelo mercado de tecnologia como uma resposta ao sucesso do chatbot da OpenAI. Até agora, sabe-se que o Bard é alimentado com informações da web em tempo real, o que tende a tornar suas respostas mais confiáveis do que as do ChatGPT.

Entretanto, ainda não foi revelado exatamente como o concorrente do ChatGPT será incorporado à busca do Google. Segundo imagens às quais o portal CNBC teve acesso, o buscador está testando páginas de pesquisa alternativas. Em uma das versões, o famoso botão “Estou com sorte”, disponível abaixo da barra de busca na página principal, foi substituído por cinco caixas de diálogo – prompts – diferentes para perguntas.

Mais informações sobre o software provavelmente serão anunciadas na quarta-feira (8), quando o Google fará um evento focado em inteligência artificial.

2. O chatbot do Google usa LaMDA

O novo chatbot do Google possui a tecnologia Language Model for Dialogue Applications (LaMDA) — em tradução literal, “Modelo de linguagem para aplicações com diálogos” —, que é similar à série de modelos de linguagem GPT, na qual o software da OpenAI é baseado.

Em publicação em seu blog, o Google fez questão de deixar explícito que desenvolve projetos com IA há alguns anos e, inclusive, usa a tecnologia para otimizar as pesquisas em seu buscador. Além disso, a própria LaMDA já fora utilizada no passado para alimentar bots de conversação mais primitivos.

3. Perguntas que você poderá fazer ao Bard, o ChatGPT do Google

Segundo o Google, o Bard pode ser usado para explicar tópicos complexos e também atuar como uma “válvula de escape para a criatividade”. Como exemplo, a gigante de busca lista algumas requisições possíveis ao chatbot:

  • Me ajude a planejar o chá de bebê de uma amiga;
  • Compare dois filmes indicados ao Oscar;
  • Me dê ideias de lanches com base no que tem na minha geladeira;
  • Quais novas descobertas do telescópio espacial James Webb eu poderia contar para o meu filho de nove anos?
Respostas do Google Bard, concorrente do ChatGPT, à pergunta "quais novas descobertas do telescópio espacial James Webb eu posso contar ao meu filho de nove anos?" — Foto: Reprodução/Google

Respostas do Google Bard, concorrente do ChatGPT, à pergunta “quais novas descobertas do telescópio espacial James Webb eu posso contar ao meu filho de nove anos?” — Foto: Reprodução/Google

Além disso, o Google afirmou que, em breve, os usuários verão recursos baseados em IA na busca que “transformam informações complexas e várias perspectivas em formatos fáceis de digerir”. O objetivo é responder a um novo comportamento de busca dos internautas e facilitar o entendimento de questões mais difíceis.

“Quando as pessoas pensam no Google, muitas vezes pensam em nos procurar para obter respostas factuais rápidas, como ‘quantas teclas tem um piano?’ Mas, cada vez mais, as pessoas estão recorrendo ao Google para obter insights e entendimentos mais profundos – como ‘é mais fácil aprender piano ou violão e quanta prática cada um exige?'”, explicou a empresa em post publicado no blog oficial.

Para essa última pergunta, por exemplo, o buscador exibe uma resposta mais contextualizada, além de links para que o usuário possa se aprofundar no assunto. Há também botões de “gostei” e “não gostei”, que ajudarão a dar feedback e aperfeiçoar a inteligência artificial.

Busca do Google trará recursos com IA para responder perguntas complexas — Foto: Divulgação/Google

Busca do Google trará recursos com IA para responder perguntas complexas — Foto: Divulgação/Google

4. A inteligência artificial do Google será responsável

Em comunicado à imprensa, o Google frisou que a inteligência artificial será desenvolvida “de forma responsável”. Em 2018, a gigante de buscas publicou um conjunto de “Princípios de IA” que traduzem esse compromisso e estabelecem áreas de aplicação específicas nas quais a empresa não irá investir. Entre os princípios listados está “evitar criar ou reforçar preconceitos injustos”. Este, vale dizer, é um dos principais pontos de preocupação no que diz respeito ao uso dos modelos de linguagem para fins de pesquisa.

“Reconhecemos que distinguir preconceitos justos de injustos nem sempre é simples e difere entre culturas e sociedades. Procuraremos evitar impactos injustos sobre as pessoas, especialmente aqueles relacionados a características sensíveis como raça, etnia, gênero, nacionalidade, renda, orientação sexual, capacidade e crença política ou religiosa”, disse a empresa no documento.

Outra preocupação quanto ao uso de modelos de linguagem como mecanismo de busca é a tendência que eles têm de apresentar informações falsas ou enganosas como verdadeiras. O ChatGPT, por exemplo, já criou referências que não existem para justificar respostas. O problema é que a alta capacidade de interagir com os usuários e reproduzir, de forma muito fidedigna, a escrita e o estilo de linguagem humanos, faz com que o robô pareça que está certo mesmo quando está errado.

ChatGPT pode fornecer respostas incorretas e enviesadas — Foto: Getty Images/Bloomberg

ChatGPT pode fornecer respostas incorretas e enviesadas — Foto: Getty Images/Bloomberg

Além disso, o chatbot da OpenAI tem conhecimento limitado do mundo e de eventos após 2021, mas não se nega a responder perguntas – ao contrário dos chatbots que vemos em sistemas de autoatendimento online e comumente retornam com mensagens como “Parece que não tenho a resposta para o que você está procurando”. Isso pode favorecer a disseminação de desinformação.

Para se ter uma dimensão, em teste feito pelo jornal O Globo, quando questionado sobre quem venceu as Eleições de 2022, o ChatGPT respondeu que o atual presidente do Brasil é Jair Messias Bolsonaro. Quando se perguntou sobre Luiz Inácio Lula da Silva, atual chefe do Executivo, a tecnologia apenas disse que ele presidiu o país entre 2003 e 2011.

O Google, entretanto, parece estar atento a essa questão. Além de o Bard ter acesso à Internet em tempo real para fornecer respostas atualizadas, a empresa garantiu que vai combinar o feedback dos usuários com testes internos para “garantir que as respostas do Bard atendam a um alto nível de qualidade, segurança e fundamentação em informações do mundo real”. “Os modelos de diálogo devem aderir às práticas de IA responsável e evitar fazer declarações factuais que não sejam suportadas por fontes de informação externas”, disse a big tech.

5. Como acessar o Bard?

O Bard ainda não foi liberado para o público. Segundo o Google, a inteligência artificial conversacional é um serviço experimental e deve ser disponibilizado publicamente nas próximas semanas com uma versão do modelo mais leve do LaMDA. A ideia é que o chatbot possa ser liberado para mais usuários e, assim, receber mais feedbacks.

A empresa não esclareceu, entretanto, como será o acesso ao Bard – se o chatbot poderá ser acessado somente pela versão web, se haverá um aplicativo ou ambos, por exemplo. No ChatGPT, da OpenAI, basta acessar o site e fazer um rápido cadastro para interagir com a inteligência artificial.

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